fAMOSAS E BELAS CARTAS DE AMOR
Carta de Beethoven à sua Amada Imortal
“Meu anjo, meu tudo, meu próprio ser – Hoje apenas algumas palavras a caneta (a tua caneta).
Só amanhã os meus alugueres estarão definidos – que desperdício de tempo……. por que sinto essa tristeza profunda se é a necessidade quem manda? Pode o teu amor resistir a todo sacrifício embora não exijamos tudo um do outro? Podes tu mudar o facto de que és completamente minha e eu completamente teu?
Oh Deus! Olha para as belezas da natureza e conforta o teu coração. O amor exige tudo, assim sou como tu, e tu és comigo. Mas esqueces-te tão facilmente que eu vivo por ti e por mim. Se estivéssemos completamente unidos, tu sentirias essa dor assim como eu a sinto.
O meu dia foi terrível: ontem só cheguei aqui às 4 horas da manhã. Com a falta de cavalos, o cocheiro do correio escolheu um novo caminho, mas que terrível caminho, na penúltima paragem eu fui avisado para não viajar à noite, fiquei com medo da floresta, mas isso só me deixou mais ansioso - e eu estava errado. O cocheiro precisou parar na infeliz estrada, uma imprestável e barrenta estrada. Se eu estivesse sem todas as coisas que trago comigo teria ficado preso na estrada. Esterhazy, viajando pela estrada, teve o mesmo problema com oito cavalos que eu tive com quatro - sinto prazer com isso, como sempre sinto quando supero com sucesso as dificuldades.
Agora uma rápida mudança das coisas externas para as internas. Nós provavelmente devemos nos ver em breve, entretanto, hoje eu não posso dividir contigo os pensamentos que tive nos últimos dias sobre minha própria vida – Se os nossos corações estivessem sempre juntos, eu não teria nenhum…. O meu coração está cheio de coisas que eu gostaria de te dizer – ah – há momentos em que sinto que esse discurso é tão vazio –
Alegra-te – Lembra-te da minha verdade, o meu único tesouro, o meu tudo como eu sou o teu. Os deuses devem-nos mandar paz…
Teu fiel Ludwig
12/05/2013
Todas as cartas de amor...
Fernando Pessoa(Poesias de Álvaro de Campos)
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
Álvaro de Campos, 21/10/1935
09/05/2013
07/05/2013
Para o 7º ano....a poesia....
O PINTO AÉREO
Era uma vez um pinto,
Estudante, por sinal;
Estava sempre distraído,
Era aéreo, o animal.
Estava nas aulas pensativo
A sonhar com os intervalos.
Se a professora o chamava
Dizia:”Sim, gosto de cavalos!”.
Toda a turma ria, ria…
Sempre que o pinto abria a boca
Não dizia nada certo.
Mas que grande cabeça oca!
Chegou então o fim do ano,
Toda a turma estava vaidosa!
Todos, menos o pinto sonhador
Que levou para casa a raposa.
Foi aqui que começou
Uma grande confusão.
O pintainho chega a casa
Com as notas da escola na mão.
Eis que o pai sai alvoroçado
Do seu calmo galinheiro,
Corre a gritar espavorido,
Berra pelo quintal inteiro:
“Trouxe para casa a raposa!”
Diz ele com convicção.
“Mas que pinto preguiçoso,
O meu filho mandrião!”
As galinhas, que apanhavam,
Descansadas o milho do chão,
Desatam a correr desnorteadas.
Nunca vi tal aflição!
Pensavam que a raposa
Era o tal bicho matreiro
Que às vezes espreitava
Lá para dentro do terreiro.
do blogue Textos Integrais e algo mais da professora
(Lucinda Cunha)
Subscrever:
Mensagens (Atom)